OBITUÁRIO
— Mestre, quem é este homem estranho na foto?
— Peregrino, este era Ydim Ibn Lottar Ibn Paul Al Hajer, um escritor.
— Ele está morto agora, não é?
— Sim, como todos aqui, em todas estas fotos.
— Como ele morreu?
— Em seus últimos dias, Ydim buscou refúgio no deserto. Lá pereceu.
— Deserto... Fome e sede?
— Não... Ele faleceu solitário, desolado e completamente sem esperança.
— Oh, parece-me que foi uma morte muito ruim, Mestre.
— Alguns diriam que não. Há quem pense que foi uma morte digna, talvez até mesmo a melhor.
— Não entendo: como pode qualquer morte ser boa?
— Bem, conta-se que Ydim morreu com o coração despedaçado, a alma congelada e assombrado por suas melhores e mais ternas memórias.
— E que morte tão cruel e fantasmagórica foi essa?
— Peregrino, um velho louco, cego e contador de histórias (que, na juventude, havia sido um ladrão de boa índole, um rei questionável e um mago sofrível) disse-me que Ydim morreu por causa de um amor perdido...
Por Rita Maria Felix da Silva
Comentem este conto.
escreve muito bem essa pessoa ??
ResponderExcluiresse conto tem uma continuação ?!
Oi, Daniba,
ResponderExcluirObrigada!
Este conto é fechado, não tem continuação, mas Pete vai publicar outros contos meus aqui, alguns maiores.
Beijos
Rita
Conto muito bom, texto excelente.
ResponderExcluirParabéns, Maria Rita!
Alex Nery
Belém-Pa