28 de agosto de 2007
Sandman (Neil Gaiman)
Sandman (Homem de Areia, em inglês) é uma referência mitológica encontrada em várias culturas. Uma referência consagrada é a dinamarquesa, através de um conto de Hans Christian Andersen, chamado Ole Lukoeje (ou Olavo fecha-olhos). Esse personagem, de contos infantis, é uma figura mitológica que sopra areia nos olhos das crianças para que elas durmam (No Brasil, é conhecido como João Pestana).
Sandman é uma revista de história em quadrinhos, sucesso de crítica e público. Foi criada por Neil Gaiman em 1988 para o selo Vertigo da Editora DC Comics. Suas histórias descrevem a vida de Sonho, o governante do Sonhar (o mundo dos sonhos) e sua interação com os homens e outras criaturas.
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Edições Extras
AVISO: Este artigo ou seção contém revelações sobre o enredo (spoilers).
Sonho
Sonho (que também é conhecido como Morpheus, Sandman, Oneiros, Oniromante e Lorde Moldador, entre outros nomes) é o governante do Sonhar. Ele é um Pérpetuo - os Perpétuos são manifestações antropomórficas de aspectos comuns a todos os seres vivos: Destino, Desencarnação (ou Morte), Devaneio (ou Sonho), Destruição, Desejo, Desespero e Delírio.
Personalidade
Sonho é um herói nobre, trágico, no estilo tradicional dos heróis da tragédia grega. As vezes parece insensível, outras meditativo, mas invariavelmente melancólico. Já seu lado mais racional está sempre ciente de suas responsabilidades, tanto para com as pessoas comuns, quanto para aqueles de suas terras. Compartilha de uma ligação recíproca de dependência e de confiança com sua irmã mais velha, a Morte. Ele se esforça vigorosamente em compreender sua natureza e a dos outros Perpétuos.
Aparência
Sonho é extremamente pálido, tem cabelos negros e se veste geralmente apenas com uma peça de tecido preto enrolada ao corpo. A forma na qual geralmente é visto na revista parece ter sido baseada na aparência do cantor Robert Smith (vocalista da banda The Cure).Ao interagir com os mortais, aparece numa forma apropriada à ocasião. Por exemplo, na história chamada "Histórias na Areia", ele interage com os antepassados de uma tribo da África sub-saariana, e é representado como um homem negro chamado Kai'Ckul. Também já apareceu transfigurado em gato na história "Sonho de Mil Gatos". Sonho as vezes é visto com uma ou mais de suas ferramentas: uma algibeira cheia de areia, um rubi e um elmo de formato bastante singular. O elmo - que só costuma usar em algumas situações, como viagens a lugares inóspitos - também é seu símbolo na galeria de cada Perpétuo. Ele sempre se veste de preto, exceto quando usa seu traje formal, que tem detalhes roxos e azuis. No seu passado não costumava ser assim.
Na história "Homens de Boa Sorte", Sonho é visto em diferentes momentos nos últimos 500 anos. Nessa história seus trajes são um pouco mais convencionais do que os do Sonho moderno, mas ainda com um ar de excentricidade.
Arcos de história
No total, são 13 arcos que contam a história de Sandman em 75 números. Entre parênteses, as edições que pertencem a cada arco.
01. Sandman: Prelúdios e noturnos (01 a 09)
02. Sandman: A casa de bonecas (10 a 16)
03. Sandman: Terra dos sonhos (17 a 20)
04. Sandman: Estação das brumas (21 a 28)
05. Sandman: Espelhos distantes (29 a 31)
06. Sandman: Um jogo de Você (32 a 37)
07. Sandman: Convergencia (38 a 40)
08. Sandman: Vidas breves (41 a 49)
09. Sandman: Fim do mundo (51 a 56)
10. Sandman: Entes queridos (57 a 69)
11. Sandman: Despertar (70 a 73)
12. Sandman: Exílio (74)
13. Sandman: A tempestade (75)
Títulos Relacionados
Sandman - The Dream Hunters (Os Caçadores de Sonhos) Situado no Japão, este conto de fadas adulto, narrado com ilustrações e prosa, foi maravilhosamente pintado pelo lendário artista Yoshitaka Amano (Final Fantasy).
Morte - A Festa Em uma homenagem a Gaiman, Jill Thompson cria e ilustra uma história no estilo mangá, com os personagens de Sandman. As duas irmãs mais novas da Morte (Delirio e Desespero) organizam uma festa para os fugitivos do Inferno. Quando a farra foge ao controle, Morte tem que restabelecer a ordem e salvar o Além.
Morte - O Preço da Vida A cada século, durante um dia, a Morte toma sua forma característica para aprender mais sobre as vidas que deve tomar. (Publicado em 1994 no Brasil, pela editora Globo)
Morte - O Grande Momento da Vida Quando uma jovem mãe faz um acordo com a Morte para salvar seu filho, sua namorada paga o preço, em uma história sobre fama, relacionamentos e rock'n roll. (Publicado em 1997 no Brasil, pela editora Abril)
Lugares
Apesar da Terra e o Sonhar serem os principais cenários da revista, outros mundos frequentam constantemente suas páginas. Sonho já teve que ir ao Inferno atrás de uma de suas ferramentas, por exemplo. O Sonhar mantém uma relação estreita com Faerie/Fandall, o reino encantado onde habitam as lendas, inclusive a rainha do lugar - Titânia - ainda alimenta sentimentos por Morfeu.
O Sonhar
O castelo no qual Sonho habita e todo o resto do Sonhar mudam de aspecto à sua vontade, mas certas áreas têm sua forma mantida como uma cortesia a seus habitantes. Sonho parece ser o único Perpétuo a povoar seu reino - muitos outros personagens vivem lá, incluindo Caim e Abel (que pouco têm a ver com sua versão bíblica). Ele inclusive mantém empregados para executar tarefas que poderia realizar facilmente, incluindo a reorganização do castelo e a vigilância de sua entrada.
Os outros Perpétuos têm seus próprios lares. Destino, por exemplo, está sempre perambulando por um jardim onde, não importa em que direção ande, há sempre vários caminhos à sua frente e um único atrás de si.
Perpétuos
Destino
Destino é o mais velho dos Perpétuos. No princípio havia a Palavra, e ela foi escrita à mão na primeira página de seu livro, antes mesmo de ser pronunciada. Para os olhos mortais, Destino é, também, o mais alto dos Perpétuos. Alguns crêem que ele seja cego, enquanto outros, talvez mais sabiamente, alegam que ele tenha viajado além da cegueira e que, na verdade, não possa ver nada, exceto - enxergar - os finos traçados espirais das galáxias no vazio, observando os intricados padrões da vida em sua jornada através do tempo. Destino caminha eternamente por seu jardim, onde, sempre no ponto em que ele se encontra, podem ser vistas várias trilhas por onde ele poderá seguir, mas, sempre, apenas uma por onde ele veio. Ele não deixa pegadas. Ele não projeta sombra.
Morte (Desencarnação)
Além de Sandman, Morte é o perpétuo que mais aparece nas histórias de Sandman, e é provavelmente o personagem mais popular da revista já tendo protagonizado várias mini-séries próprias e feito aparições em outros textos de Gaiman - como Livros da Magia. Tem um livro feito com apenas ela por temática pricipal, que é Morte - O Preço da Vida. Em inglês se chama Death - The High Cost of Living. É sempre representada como uma jovem de cabelos negros, pele muito pálida e carregando um amuleto em forma de Cruz Anelar. Ao contrário do que se poderia esperar, esse é um dos personagens menos sombrios do mundo de Sandman. Enquanto o próprio Sonho está sempre soturno, melancólico ou meditativo a Morte parece estar sempre de bom humor e está sempre disposta a conversar, ainda que o faça de forma confusa, sem se esforçar pra ser entendida. A Morte está destinada a ser o último ser a existir.
Delírio
Delírio é a mais jovem dos Perpétuos. Ela cheira a suor, vinho azedo, noites tardias e couro velho. Seu reino é próximo, e pode ser facilmente visitado. As mentes humanas, porém, não foram feitas para compreender seu domínio, e os poucos que viajaram até ele conseguiram relatar apenas fragmentos perdidos. Sua aparência, um amontoado de idéias vestidas no semblante da carne, é a mais variável de todos os Perpétuos. A forma e o contorno de sua sombra não têm relação com a de nenhum corpo que esteja usando. Ela é tangível como veludo gasto. Delírio tende a se tornar borboletas ou peixes dourados, agora e sempre. Alguns dizem que a grande frustração de Delírio é saber que, apesar de ser mais velha que as estrelas e mais antiga que os deuses, ela continua sendo, eternamente, a mais jovem da família, pois os Perpétuos não medem tempo como nós nem vêem mundos através de olhos mortais. Um dia, Delírio também foi Deleite. E, embora isso tenha sido há muito tempo, ainda hoje seus olhos têm matizes diferentes: um é verde-esmeralda bem vivo salpicado de pontos prateados; o outro é do mesmo azul que esconde sangue dentro de veias mortais. Ela vê o mundo de sua própria e única visão. Os Perpétuos acreditam que apenas Delírio sabe por que ela mudou.
Destruição
Conhecido como Destruição dos Perpétuos, ele é o único Perpétuo que desistiu de seu oficio. Abdicando a convivência com seus outros irmãos, Destruição, por assim dizer, destruiu seu próprio posto entre os Perpétuos.
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